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A história do Sanatório Espírita de Uberaba tem início em 1918, por meio de uma conversa entre os médiuns Eurípedes Barsanulfo e Maria Modesto Cravo, conhecida como a “Dona da Caridade de Uberaba”. Contudo, a ideia do que hoje é conhecido como o Sanatório Espírita de Uberaba ganhou forma apenas em 1925, quando médiuns do Ponto Bezerra de Menezes, centro espírita criado por Maria Modesto, em 1919, iniciaram um debate sobre a criação de uma instituição psiquiátrica e espírita na cidade de Uberaba. O S.E.U., como é conhecido, justificou-se por não existir na região um lugar específico que tratasse de enfermidades mentais e tampouco de pessoas com obsessões espirituais.

Na tarde do dia 31 de dezembro de 1933 foi, enfim, inaugurado o Sanatório Espirita de Uberaba. O evento mobilizou a população Uberabense, em especial as pessoas ligadas à causa espírita. O S.E.U., desde então, passou a trabalhar ininterruptamente. Logo em sua inauguração, a instituição já contava com dois internos. A direção clínica do Sanatório ficou nas mãos de Dr. Inácio Ferreira, psiquiatra e notória figura no espiritismo internacional, que lidava com o tratamento da saúde mental. Já a médium Maria Modesto lidava diretamente com as questões espíritas. Na época de inauguração, e durante muitos anos, o tratamento no Sanatório mesclava a medicina e a espiritualidade. 

A construção do prédio da instituição teve início dois anos depois do primeiro debate, em 1927, com o apoio de Dr. Henrique Von Krüger, presidente do centro espírita kardecista, e a médium Maria Modesto Cravo, que além de apoiar o movimento, recebeu o projeto arquitetônico do prédio por vias mediúnicas. Já a supervisão da obra ficou nas mãos de Henrique Castejon, membro do grupo espírita e procurador geral da comissão da obra. Porém, após cinco anos, as obras do S.E.U. foram paralisadas pela falta de recursos financeiros. Com isso, surge outro importante nome na história da instituição, Abdon Alonso, figura atuante no cenário da caridade espírita em Uberaba, que arcou com cerca de oitenta mil cruzeiros do próprio bolso para finalizar as obras.

Em sua fundação, o S.E.U. tinha um papel de institucionalização da loucura, onde o paciente psiquiátrico era internado de forma a afastá-lo da sociedade. A instituição desenvolvia um tratamento terapêutico misto, onde se mesclava a medicina com a espiritualidade. Eram utilizadas técnicas de psiquiatria da época, como os eletrochoques e as intervenções medicamentosas comuns, assinados pelo Dr. Inácio Ferreira, além da utilização de passes e sessões espíritas realizadas pelos médiuns que trabalhavam em parceria com os médicos, principalmente por Maria Modesto Cravo.

Desde sua fundação até os dias de hoje, o Sanatório Espírita de Uberaba recebe pessoas com enfermidades mentais e, recentemente, dependentes de álcool e drogas.

O Sanatório Espírita de Uberaba atende sua cidade sede e mais 83 municípios do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas Gerais. Grande parte da sua renda vem da caridade, como no princípio. Porém, as internações agora são realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  Além disso, com os avanços na área da psiquiatria, o Sanatório Espírita de Uberaba deixou de usar práticas invasivas de tratamento da saúde mental, como o eletrochoque e a convulsoterapia. Assim, passou a utilizar apenas do tratamento medicamentoso e da intervenção espiritual, que ainda é algo presente na rotina do S.E.U. Saiba mais sobre os mitos e rotinas do Sanatório na aba Mitos.

A historiadora uberabense Anna Lívia Gomes analisa como funcionava as instituições de saúde, tanto em Uberaba como no Brasil inteiro, na época de fundação do Sanatório.

IDEIA

ESCUTE 

O

PRÉDIO

INAUGURAÇÃO

ESCUTE 

Anna Lívia, que é graduada em história pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) fala também sobre como a população uberabense recebeu o Sanatório na época de sua inauguração.

O

FUNCIONAMENTO

OS 

PACIENTES

A historiadora, que participou do tombamento do prédio do Sanatório Espírita de Uberaba fala um pouco sobre este processo.

ESCUTE 

FRAGMENTOS DA HISTÓRIA

os dois lados do portão 

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